Sonho máximo da modernidade ou pesadelo cotidiano das nossas periferias?
A autoconstrução das residências da população de baixa renda é lida há décadas como um dos indícios mais evidentes de como no Brasil a reprodução da força de trabalho é tarefa relegada à própria classe trabalhadora: na ausência de Estado de Bem-Estar Social, não há qualquer necessidade aos olhos das elites de promover estímulos “gratuitos” para a melhoria da qualidade de vida do imenso exército industrial de reserva. Por outro lado, experiências contra-hegemônicas veem em processos de autoconstrução — como em mutirões — potencialidades de transformação.
Neste episódio do Fora de prumo discutimos as contradições, limites e potencialidades da autoconstrução.
Sumário
- 2min10s. Preâmbulo.
- 4min30s. Conversa.
- 57min15s. Em tese.
Participantes
Sobre a conversa em torno da autoconstrução participaram Arthur Francisco, Gabriel Fernandes, Juliana Grenfell, Kim Cyrillo e Natália Gaspar. Introdução e narração de Carolina Pedroso.
Na seção Em tese Natália conversa com Pedro Nakamura a respeito de sua dissertação de mestrado, defendida na FAUUSP em 2016. No trabalho, intitulado O social verticaliza a cidade, Pedro discute o papel exercido pelo trabalho social e seus agentes em processos de remanejamento de população moradora de favelas para conjuntos habitacionais, apontando suas características num momento de reconfiguração da política de provisão habitacional em São Paulo. A dissertação complementa ainda o Trabalho Final de Graduação desenvolvido por Pedro em 2010 e publicado em 2015 na forma de livro, intitulado Projeto como instrumento de diálogo.
Complementos
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- Começamos falando do trabalho do sociólogo Chico de Oliveira, bastante citado e estudado por pesquisadores do tema da autoconstrução. Falamos de seu famoso texto Crítica à razão dualista e de sua conferência O vício da virtude: autoconstrução e acumulação capitalista no Brasil, de 2006. O arquiteto e professor João Marcos Lopes, à época, publicara uma resposta à conferência intitulada O anão caolho.
- Assista ao documentário Capacetes coloridos, de Paula Constante, resultado de seu TFG na FAUUSP.
- Ao fim da conversa comentamos o artigo Epistemologia da laje, de Bianca Freire-Medeiros e Leo Name, publicado na revista Tempo social.
- Em 2008 a professora e urbanista Ermínia Maricato publicou o artigo Nunca fomos tão participativos, citado durante a conversa.
- Matéria do UOL sobre o maior conjunto do Programa Minha Casa Minha Vida em São Paulo: Sonho frustrado.
- Coletivo Arquitetura na periferia.
- Verifique a Cartilha de autogestão em habitação da União Nacional por Moradia Popular e o material relacionado a Assistência Técnica em Habitação Social do CAU.
- Veja o trabalho do grupo Práxis, da UFMG e o livro Saberes (auto)construídos, baseado em um dos trabalhos do grupo.
- Na seção Em tese, Pedro citou como referência a dissertação de mestrado de Guilherme Petrella, intitulada Das fronteiras do conjunto ao conjunto das fronteiras, defendida na FAUUSP em 2009.
Trilha sonora
- Adoniran Barbosa, Abrigo de vagabundo.
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#foradeprumoacessível
Imagem de um enorme aglomerado urbano repleto de um casario irregular. Sobre a fotografia há uma camada de cor entre o verde e o ocre. No canto inferior esquerdo encontra-se a marcação “F! 11”.
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